quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sobre Enchentes

Pois é, mais uma vez as enchentes serão um problema em Belo Horizonte.

E não foi por falta de aviso. Leia aqui e aqui alguns textos sobre as enchentes.

E, para piorar, a Prefeitura está ampliando o Boulevard Arrudas até próximo ao Coração Eucarístico. Na contramão do mundo. Veja os exemplos aqui e aqui. E aqui, uma análise geral.

Abaixo, algumas fotos das enchentes provocadas pela chuva nessa semana.

Vamos continuar produzindo as cidades de maneira equivocada? Com o perdão do trocadilho, chovendo no molhado?











Fonte: CRISE [!]

Fotos: Alterosa e R7

Torres de Santa Teresa

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sistema Habitacional de Lagoa da Prata.

Lagoa da Prata uma cidade que está crescendo muito nos últimos anos.
Em 2007 foi criado o Plano Diretor do Município de Lagoa da Prata, um instrumento normativo e orientador dos processos de transformação urbana, nos seus aspectos políticos, sociais, físico-ambientais e administrativos.
O Plano Diretor estabelece objetivos, diretrizes, metas, parâmetros e disposições legais, visando o crescimento sustentável do Município, atendendo as aspirações da comunidade e orientando as ações do Poder Público e da iniciativa privada.
A promoção do desenvolvimento municipal tem como princípio fundamental o cumprimento das funções sociais da propriedade e da cidade, em conformidade com a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica Municipal.
A função social a que se refere o parágrafo anterior é cumprida quando, além de atender ao disposto nesta Lei, contribuir para garantir o pleno acesso a todos os cidadãos:
I.  à moradia;
II. aos serviços públicos essenciais e aos equipamentos urbanos e comunitários;
III. ao bem-estar físico e ambiental.
Constituem os objetivos gerais do Plano Diretor:
I. orientar a atuação do Poder Público e da iniciativa privada de forma a assegurar sempre o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, a melhoria do nível de qualidade de vida, o bem estar da população, o cumprimento da função social da propriedade e consolidar a política de turismo do Município;
II. adequar a administração municipal ao cumprimento dos objetivos, diretrizes, metas e prioridades estabelecidas nesta Lei, observadas as competências do Município, Estado e União;
III. assegurar a participação comunitária no planejamento e controle da execução das diretrizes, metas e prioridades estabelecidas nesta Lei, objetivando o seu cumprimento pelo Poder Público e agentes privados;
IV. eliminar o déficit de equipamentos sociais e serviços públicos que atingem, de modo especial, a população de baixa renda.
O Plano Diretor constituem com objetivos também nas áreas de educação, saúde, assistência social, preservação do patrimônio histórico e cultural, na área de esportes, lazer e recreação, na área de meio ambiente, de expansão urbana, saneamento ambiental e drenagem pluvial, na área de transporte, sistema viário básico e pavimentação, na área econômica, na área da política tributária e imobiliária e na área habitacional.
Os objetivos do plano serão alcançados mediante obras, serviços ou normas que obedeçam às diretrizes sociais, físico-ambientais e político-administrativas.
Temos meios incentivadores para o desenvolvimento urbano na cidade. As pessoa com recursos própios e ou por meio de convênios e parcerias com o governo, em que fornece auxilio juntamente com orgãos privados, conseguem melhorar sua vida, sua questão habitacional morando e vivendo melhor do que realmente conseguiria sem estes auxilios.
Com as pessoas lutando pelos seus direitos, correndo atras, cobrando auxilios e apoios para as autoridades, o sistema habitacional de uma cidade pode mudar e muito. Com as diretrises do plano Diretor por exemplo, auxiliando, controlando o jeito que a cidade se desenvolve para que nao seje desordenada e respeitando os direitos do ser humano.
Rafaela de Castro Vidal.
6° Período
Arquitetura e Urbanismo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Um curioso diálogo...

... entre um Nobel- o mais importante prêmio de Literatura- e um Pritzker, seu equivalente na arquitetura. Primeiro, o escritor Peruano Mário Vargas Llossa, ganhador do prêmio esse ano,  e depois o arquiteto Italiano Renzo Piano:


" Caro Renzo,

Estou curioso para saber o quão importante as outras disciplinas artísticas são para você, quando, como um arquiteto, você está planejando, trabalhando com a sua imaginação em torno de novas ideias:
a. música
b. literatura
c. cinema
d. pintura

Você acha que alguma dessas disciplinas tiveram uma influência especial sobre seu trabalho como arquiteto?

Atenciosamente,
Mario Vargas Llosa”


E a resposta do Pritzker italiano:

“Caro Mario,

Todas as disciplinas que você se refere - música, cinema, literatura, pintura - influenciaram o meu trabalho, como os de qualquer arquiteto. Isso não ocorre necessariamente em termos de linguagem, é algo que acontece naturalmente. Na verdade, seria perigoso fazer comparações muito literais entre estas diferentes disciplinas. É importante lembrar que todas essas disciplinas exigem rigor e ordem, liberdade e desordem. E que todos elas compartilham as mesmas ansiedades e o mesmo desejo de olhar para a escuridão.

Renzo Piano”


João Corgozinho, acadêmico do 4 período do curso de Arquitetura e Urbanismo. UNIPAC Bom Despacho-MG.

Visita técnica ao bairro Babilônia em Bom Despacho-MG

VISITA TÉCNICA  

Considerações iniciais:
A visita técnica com os alunos do sexto período do curso Arquitetura e Urbanismo da Unipac ao bairro Babilônia tiveram a finalidade de entendimento e o conhecimento sobre a topografia e o entorno da área escolhida para a implantação de um conjunto habitacional.

Caracterização da área:
O terreno é localizado no bairro Babilônia uma região periférica da cidade de Bom Despacho.
Ele é composto de uma topografia acidentada, morros e vales, subidas e descidas bem acentuadas, muitas vias sem calçamento.
Por ser um bairro relativamente novo, seu entorno é caracterizado por áreas rurais e poucas residências e possui poucos equipamentos coletivos.
Poucas vegetações são encontradas no local, destacando-se uma grande árvore em um terreno rochoso na área central do terreno.

Desenvolvimento da visita:
Ao chegar ao terreno, logo nos deparamos com uma pequena praça ainda em desenvolvimento e um Cristo ao centro.
O acesso principal do bairro é uma subida muito íngreme, dificultando o assentamento da terra que quando chove causa varias erosões como vimos por lá                      As poucas ruas que se encontram próximas ao Cristo são pavimentadas com asfalto e as demais ainda se encontram sem nenhum tipo de pavimentação e poucos são os equipamentos coletivos encontrados, tais como um orelhão e um Centro Educacional.
Visitamos a área que será implantada o conjunto habitacional, com grandes desníveis e platôs, dificultando a construção.
Percebe-se ainda a presença de postes para a iluminação do bairro. A área onde será implantado o conjunto habitacional possui poucas vegetações, topografia acidentada e poucas áreas regulares.

Observações:
Observamos que o bairro se encontra em decadência com a infra-estrutura e a meso estrutura, onde maioria dos moradores é prejudicada pela chuva ou pela poeira, impossibilitando o acesso, com conseqüência das chuvas causa as erosões formando grande buracos. Um loteamento que deveria ter um cuidado maior devido ter uma topografia muito acidentada
 Outra característica importante e notável é a topografia encontrada. Devido aos grandes desníveis é importante pensar em novas tipologias para as habitações populares.
A árvore de grande porte encontrada na parte antes reservada para a praça também é um aspecto marcante do local e que deveria ser mantida.
Análise:
 A visita técnica nos auxilia na hora de projetarmos, por possuir uma topografia acidentada é importante ressaltar a necessidade de se pensar em novas tipologias para as residências, aproveitando melhor os desníveis existentes.
Deve-se propor também a inserção de mais equipamentos coletivos para uma maior integração entre os moradores, evitando assim a segregação entre os bairros.

Aluno: Manoel Antonio
6° período de Arquitetura

Politica Habitacional de Japaraiba-MG

POLITICA HABITACIONAL DE JAPARAIBA

     Japaraiba uma cidade pequena que esta em constante crescimento, com recursos próprios e por meio de convênios e parcerias com o governo federal e estadual, o município tem desenvolvido programas de habitação popular. Além disso, o município implanta e fiscaliza todos os loteamentos da cidades para que eles tenham e ofereçam toda infra-estrutura básica aos seus moradores. O município procura desenvolver uma ação de melhoramento do Déficit Habitacional com o incentivo a construção de casas próprias, através dos programas do governo de habitação. Onde a assistência social faz a avaliação da família, para beneficiar os mais necessitados.
     Entregaram 100 casas do programa da COHAB em duas remessas e estão trabalhando com o programa Minha Casa e Minha Vida, onde já deram inicio a construção de 35 casas e esta em processo de seleção para mais 70 unidades habitacionais.




aluno : Manoel Antonio
6° Periodo Arquitetura

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sustentabilidade e Patrimônio

Sustentabilidade e Patrimônio nas cidades
Preservação dos Centros Históricos
Por Carolina Fidalgo de Oliveira
Hoje, ao se pensar no desenvolvimento das cidades, procura-se levar em conta a sustentabilidade, em seus múltiplos aspectos. A princípio, o tema sustentabilidade recorre à urgência de sempre: controle do crescimento das cidades, controle da emissão de poluentes, despoluição de rios e demais cursos de água, aproveitamento das águas pluviais, controle dos desmatamentos, ou seja, preservação e uso consciente dos meios naturais.
De um modo geral, a consciência social pela conservação dos bens naturais e sua importância ambiental, inclusive para as cidades, já foi, pelo menos em parte, assimilada pela sociedade. Afirmar o mesmo, porém, para as questões urbanas é bem mais complicado. Os temas relacionados ao crescimento ou desenvolvimento urbano, ainda envolvem os debates em polêmicas e muitas contradições. Discutem-se, também com foco para a sustentabilidade, a partir da expansão urbana, aspectos como melhoria e ampliação dos transportes coletivos, segurança urbana, qualidade dos espaços públicos, infraestrutura nas periferias, aumento do número de favelas e demais condições precárias de vida, bem como o avanço urbano descontrolado em áreas de preservação ambiental.
Verifica-se que as “edificações sustentáveis” vêm ganhando certo espaço em debates e estudos, teóricos e práticos. Casas comandadas por computadores, programadas para economizar e aproveitar energia solar, águas pluviais, aquecer ou esfriar ambientes, entre outras qualidades vêm sendo testadas e recebem espaço na mídia televisiva, inclusive em horários nobres. Porém, ainda assim, a cidade vista como “organismo” único, complexo, contínuo e interdependente, como suporte para essas “edificações sustentáveis” ainda está à margem das discussões, exceto em um ou outro meio técnico e acadêmico, onde o debate começa a atingir alguma maturidade.
Nesse sentido, é preciso olhar para a cidade existente e, em especial, para os centros das nossas cidades, porque ali se encontram diversos e importantes processos históricos, expressos nos espaços construídos e no modo de usufruir desses espaços, nos diferentes estratos sociais, na infraestrutura urbana, no comércio e serviço diversificado, bem como nas atividades turísticas e de lazer.
Importante ressaltar, contudo, que não se “secciona” historicamente os centros dos demais espaços das cidades e, do mesmo modo, não é possível se referir aos centros apenas pelos motivos de sempre, ou seja, pela infraestrutura instalada, pela facilidade de transporte, pelo acesso aos serviços e ao comércio, pelo estoque de edifícios (em geral caracterizados como antigos), mas também porque nesses centros, histórias urbanas e sociais se somam expondo constantes, e também diferentes, aspectos da identidade e da memória. Neles, evidenciam-se paisagens, em seu conjunto de formas, que, num dado momento, exprime as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza (2). Neles se evidenciam a “presentificação” das cidades (3), pois nos centros históricos se acumulam as marcas de uma construção histórica, as marcas das sociedades, da cultura, dos conflitos, fracassos e sucessos da cidade. Evidenciam-se processos por meio dos quais se constituem e se legitimam os marcos, lugares e cenários da memória social.
Do mesmo modo, porém, é salutar comentar que não se afirma, pelo contrário, que as outras áreas da cidade são destituídas de história. Longe disso, pois como assegurava o mestre Giulio Carlo Argan (4), não existem partes históricas e partes não históricas na cidade. Não existem partes da cidade no passado. Todas elas se encontram num mesmo tempo presente. É nesse sentido que nos centros históricos podemos presenciar a rugosidade do espaço, tal como definido por Milton Santos (5). Elementos que ficam do passado como forma, espaço construído, paisagem, o que resta do processo de suspensão, acumulação, superposição, com que as coisas se substituem e se acumulam em todos os lugares. Encontramos nos centros históricos divergências e contradições da cidade e também aquilo que é (ou deveria ser) de todos: o Patrimônio.
Patrimônio, não é entendido, portanto, apenas como um conjunto de edificações, cujas características, um dia, foram determinantes para identificar a história de um povo, ou de parte de um povo, e sua nação. Patrimônio não se refere apenas a um conjunto de bens antigos ou aqueles com características semelhantes, mas ao conjunto da cidade, aos espaços e interstícios urbanos que, somados aos edifícios de valor histórico, são portadores de memória. Refere-se às práticas sociais e a formação dos espaços públicos, ao cotidiano, uso e fruição da cidade, a partir das relações de identidade e pertencimento. O historiador Antonio Augusto Arantes discorre sobre essas questões:
“Os habitantes da cidade deslocam-se e situam-se no espaço urbano. Nesse espaço comum, que é cotidianamente trilhado, vão sendo construídas coletivamente as fronteiras simbólicas que separam, aproximam, nivelam ou hierarquizam [...] as categorias e os grupos sociais [...]. Por esse processo, ruas, praças e monumentos transformam-se em suportes físicos de significação e lembranças compartilhadas, que passam a fazer parte da experiência ao se transformarem em balizas reconhecidas de identidades [...] e marcos de pertencimento” (6).
Os centros, porém, têm sido constantemente, e por diversas razões ao longo da história, abandonados, descaracterizados e mal aproveitados, sobretudo em função do rápido crescimento das cidades que, em geral, levam ao aparecimento de novos centros, “dentro do qual o centro tradicional passa a competir com os demais, principalmente do ponto de vista econômico” (7). Além dos mais, os centros são objetos de intervenções muitas vezes incoerentes, tal como as ações de Renovação Urbana empreendidas nas cidades americanas, implantadas sob a hegemonia de grandes empresas, onde se predomina a construção de enormes edifícios de escala desproporcional à vida nas ruas (8). Por outro lado existem algumas boas intenções, como a Reabilitação Urbana empreendida no centro velho da cidade de Barcelona, em que se procurou manter a população residente mais carente nos espaços do centro, sendo a proposta de intervenção urbana amplamente analisada em função das estruturas já consolidadas, de valores histórico e social (9). Porém, na maioria das grandes ou médias cidades, existem, ainda hoje, após anos de investimentos, milhares de imóveis desocupados ou invadidos, espaços obsoletos e mal cuidados, edifícios descaracterizados, entre outros. Nota-se o uso intenso dessas áreas, sobretudo durante o dia, quando as atividades de comércio e serviço proporcionam um fluxo intenso de pedestres, moradores, comerciantes e estudantes. Porém, os espaços urbanos do centro vêm sofrendo, muitas vezes, mudanças não condizentes com a realidade do lugar, na medida em que se modificam espaços, usos, vias, moradores, tal como ocorreu com as cidades americanas e vem, aos poucos, acometendo cidades brasileiras, como o Pelourinho, em Salvador (10).
Nesses casos, como comentou a historiadora Marly Rodrigues, a importância coletiva da memória é tratada apenas com indiferença, de forma incompatível ou como forma de exclusão social, aproveitando-se do objeto cultural como sendo objeto de todos, mas sem ser de ninguém. A exclusão social e urbana impede e limita de diversos modos, aos cidadãos fruidores do patrimônio cultural, a possibilidade de significação e apropriação que tece identidades, protegendo espaços como objetos de interesse coletivo. Ações generalizadas, em que não há a participação da população, tampouco considerações amplas e claras sobre a importância das estruturas mais antigas do centro para a cidade, não sustentam, não impulsionam, não efetivam um plano capaz de manter as correlações entre espaços diferentes, mas dependentes, como as periferias e o Centro Histórico.
Embora o tema da conservação e restauração do patrimônio arquitetônico exista há séculos (11), no Brasil, a preocupação com a proteção de edifícios históricos surgiu, amparada pelo papel do Estado, apenas nas primeiras décadas do século XX e a preocupação com a preservação de centros históricos só ocorreu a partir da segunda metade do mesmo século (12). Na mesma época, muitas cidades brasileiras, com destaque para São Paulo, iniciaram um processo crescente de grandes transformações, envolvendo destruição e substituição de seus edifícios e de suas estruturas urbanas. São Paulo, especificamente, apresentou um rápido e intenso processo de urbanização que levou, entre outros fatores, à desvalorização e “degradação” da área central (13). Após anos de certa inércia, várias intervenções começaram a ser delineadas para o seu centro histórico tendo como parte dos propósitos a valorização do espaço urbano, apoiado em renovações, revitalizações, requalificações ou reabilitações urbanas, bem como em restauros, reciclagens, retrofits e assim por diante. Em linhas bem gerais, e em perspectiva histórica, as renovações urbanas foram implementadas por volta da década de 1960, principalmente nas cidades americanas, e ficaram caracterizadas pela prática do “arrasa-quarteirão” como metodologia de reconstrução de áreas urbanas antigas. Já as revitalizações foram inseridas para caracterizar ações de mote mais econômico, com destaque para obras em infraestrutura, procurando reverter a degradação social através da recuperação econômica. Posteriormente, e sobretudo a partir da década de 1990, a consolidação das parcerias público-privado marcou a substituição das ações de revitalização pelas ações de requalificação urbana. O que estava em pauta não era mais apenas a questão da recuperação da vitalidade das áreas centrais, mas sim a sua “adaptação” às atividades contemporâneas, ressurgindo como espaços competitivos e fortalecidos economicamente, adaptados ao atual contexto da globalização. Nesse contexto evidenciam-se as parcerias entre o poder público e a iniciativa privada. E mais recentemente ganhou destaque a reabilitação urbana em que se priorizam bairros ou áreas residenciais degradadas, procurando manter as populações nesses locais (14).
A partir da segunda metade do século XX, diversas cidades, pelo mundo todo, começaram a vivenciar um crescimento intensificado, bem como mudanças nos sistemas produtivo e social, que ocasionaram o aparecimento desordenado de bairros e periferias. A população urbana cresceu vertiginosamente, assim como os problemas urbanos e sociais. Multiplicou-se a quantidade, enquanto degradou-se a qualidade, ou seja, enquanto as periferias se alargavam, algumas áreas urbanas, o patrimônio, áreas verdes, habitações, entre outros se tornavam obsoletos, inadequados ou insuficientes.
Sabe-se que a cidade já vinha sendo discutida, a partir de vários ângulos, há várias décadas, por intelectuais como John Ruskin, Haussmann, Camillo Sitte, Cerda, Gustavo Giovannoni, entre outros. Porém, o século XX colocou novos parâmetros para essas cidades que precisavam ser modernizadas, reconstruídas e livres das barreiras que impediam o seu “desenvolvimento”. Importante mencionar os Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna, os CIAM, notadamente o de 1933. Depois desse, somente o VIII CIAM, em 1951, colocou o “coração das cidades” no centro dos debates, em oposição às raízes mais radicais do Movimento Moderno que “negavam” a história; ou seja, na contramão do processo de urbanização dominante, como resultado de processos históricos, o desenvolvimento urbano permitiu conhecer e identificar partes mais antigas das cidades, em geral os centros, e suas características particulares, apreendidas por seus aspectos simbólicos, cognitivos, culturais, estéticos, históricos, entre outros. Nas palavras da historiadora Françoise Choay, “foi justamente tornando-se um obstáculo ao livre desdobramento das novas modalidades de organização do espaço urbano que as formações antigas adquiriram sua identidade conceitual” (15).
Todavia, a intensificação da urbanização e o constante crescimento das periferias condicionaram novas querelas acerca do centro urbano. De um lado colocava-se a valorização econômica a partir da manutenção de atividades lucrativas, com comércio e serviço diversificado, lojas, escritórios e atividades turísticas; de outro, o desgaste do tecido urbano na medida em que a consolidação do traçado e das vias de trânsito intenso contribuiu para a expulsão ou saída de habitantes e atividades mais tradicionais do Centro (16). Em última instância, porém, reconheceu-se que os centros históricos das cidades apresentavam características especiais (entre elas o patrimônio), que precisavam ser conservadas, uma vez que possibilitavam a fruição histórica, tecendo identidade e alimentando a memória.
Desse modo, tanto no contexto europeu, quanto no latino-americano, a partir da década de 1970, um número considerável de cidades passou a se preocupar com suas áreas centrais, introduzindo a questão da preservação do patrimônio histórico como a cidade de Bolonha, na Itália (17). Ao longo desse período diversos encontros de patrimônio - nacionais e internacionais - contribuíram para debater algumas questões, procurando integrar os conjuntos históricos à vida contemporânea e coletiva, a exemplo da “Recomendação sobre a salvaguarda de conjuntos históricos e da sua função na vida contemporânea”, da UNESCO de 1972 e a “Carta de Washington”, realizado no âmbito do ICOMOS, em 1986. Foi também a partir desse período que se ampliou o número de órgãos de preservação em nível municipal e estadual, responsáveis pela tutela dos bens culturais. Entre o final da década de 1980 e início de 1990, em síntese, os centros históricos entraram, definitivamente, para o universo dos planos, programas, projetos e demais ações vinculadas ao planejamento urbano, procurando se relacionar às diversas políticas setoriais (18), bem como ao tecido urbano existente, contemplando entre outros objetivos a melhoria, a identificação, proteção e promoção dessas áreas.
Havia, porém, uma herança delicada, problemas diversos a serem resolvidos. Entre os mais citados como segurança, limpeza, comércio irregular, poluição, cortiços, acessibilidade entre outros, destaca-se, mais uma vez, aquele que talvez seja, hoje, um dos mais importantes, também em função da sustentabilidade das cidades: a enorme quantidade de imóveis vazios nas áreas centrais, evidenciando um estoque habitacional subutilizado (19), enquanto o seu inverso, as periferias, crescem de forma ascendente.

O artigo relaciona a preservação em centros históricos, ao crescimento urbano, habitação e sustentabilidade. Apresenta um panorama das ações empreendidas no centro histórico de São Paulo, apontando para usos diversos ao patrimônio, como habitação.

OLIVEIRA, Carolina Fidalgo de. Sustentabilidade nas cidades. Preservação dos Centros Históricos. Arquitextos, São Paulo, 10.125, Vitruvius, out 2010


As grandes metrópoles passam por são por momentos de grande desordem operacional. Há uma deshumanização dos centros. É necessário como medidas de emergência a ocupação dos prédios abandonados nos centros das cidades como no caso de São Paulo e Belo Horizonte. Utilizando-os para habitar e melhorar a gestão das cidades, evitando a degradação de novos ambientes para com a construção de novos prédios, dimnuindo o gastos com transportes públicos e privados e melhorando a qualidade de vida de quem trabalha no centro da cidade, pois trabalhariam perto de casa. Sem falar na importancia de que estes prédios estando ocupados legamente teriam manutenção mias constantes contribuindo para preservação do ambiente urbano e dos patrimônios que ali estão sejam eles cultural ou não.

Assis Humberto Ribeiro - 4ºperíodo de AU. UNIPAC Bom Despacho_MG.