terça-feira, 26 de outubro de 2010

Bioengenharia de solos na proteção de cursos d'água


A perda da camada superficial do solo pela ação de fatores naturais, principalmente a água, contribui para o arraste de suas partículas constituintes, causando problemas como o assoreamento e alteração dos níveis de turbidez de cursos d'água.
As margens dos cursos d'água e encostas estão sempre sujeitas à ação do processo natural de erosão, no qual o solo erodido é transportado e depositado em outro local. Em certas condições, a velocidade da erosão em margens de cursos d'água pode aumentar, devido à remoção da vegetação, ao aumento da vazão dos rios e à ação de ondas provenientes de ventos e do movimento das embarcações.

Em situação de processos erosivos intensificados, a água concentrada (por chuvas ou por ação humana) configura uma situação importante e preocupante, pois pode causar a desagregação e transporte do material erodido com grande facilidade devido à alta velocidade do fluxo d'água e à eventual baixa resistência do material das margens dos cursos d'água.
Embora sejam muito antigos, os problemas ambientais relacionados à erosão do solo estão entre os mais importantes a se enfrentar.
Em um contexto de valoração ambiental, tecnologias utilizadas no passado, e atualmente denominadas bioengenharia de solos, retornam como uma alternativa tecnológica em projetos de gestão dos recursos hídricos. A implantação de obras relativamente simples, que utilizem critérios ecológicos e de custo reduzido, surgem como solução para estabilizar, proteger, recuperar e recompor trechos ou mesmo a totalidade de alguns cursos d'água que têm suas margens comprometidas por processos erosivos.

A difusão dessa tecnologia no Brasil e no mundo, junto ao meio técnico e aos órgãos públicos, e a promoção de sua utilização na estabilização e/ou proteção de margens de cursos d'água pode contribuir para tornar essa solução economicamente viável, comparada em relação aos métodos tradicionais da engenharia civil.
 
Fotos: acervo pessoal
Foto 3 - Gabião caixa. Córrego Bussocada, Osasco (SP)

Leia MaisGestão Ambiental de Áreas Degradadas. G. H. Araujo; J. R. Almeida & A. J. T. Guerra. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil Ltda., 2a. ed., 2007.







RENAT FIUZA